«Undergangs veier.»

(Caminhos da Ruína)

“Por detrás de olhares inocentes, vultos desfigurados entonam uma melodia de nojo e enjoo,
Um mundo de desgosto retraído, escondido às entranhas mais pútridas das tripas humanas.
Envolvendo o corpo de seu hospedeiro num abraço de mentiras e ambições, falsidades!
As palavras doces não enganam o olho que a tudo vê, e nem a os ouvidos absolutos!

Escondida entre cada palavra pronunciada, um sibilo serpentino, a língua se parte em duas!
A cada mordida, um rosnado gutural ressona de sua caixa toráxica entoxicada de mentiras!
Às sombras esconde os verdadeiros sentimentos, os verdadeiros pensamentos, em segredo,
Enganando homens que caminham aleatoriamente pelo caminho coberto de folhas secas...

É tão solitário viver nesta caixa de pus, sangue e maldizeres,
Absorto neste mundo minimizado de partículas de afeição e ternura falsas!
Seu sibilo arrepia minha espinha, congela meu sangue,
Seu olhar é mentiroso, seu olhar é enganoso, seu olhar é impuro!

Afogo-me neste mar de inexpressão contígua, um oceano de frustração...
Mate-me! Mate-me! Mate-me! Mate-me! Mate-me! Mate-me, trazedor da luz!
Não me deixeis viver nem mais um segundo, nem mais um único maldito segundo...
Viver pela morte é viver à margem na vacuidade, e meu coração esvazia-se no vão de vossa luz!

Sou uma criatura estúpida, inútil e incapaz de sobreviver só neste mundo de solidão inevitável...
Um verme miserável, escondido na terra, solitário, mortal, simplório, ordinário!
Iluminai-me, criador da luz, criador do céu e da terra, criador da dor e do sofrimento!
Meu caminho esconde-se atrás de névoas grossas e gélidas como vosso suspiro eterno...

Meu rancor é uma engrenhagem que nunca para de girar, absorvendo a tristeza e a transformando em dor!
Minha vida é uma história de frustrações e tortura criadas por mim mesmo! Eu sou minha destruição!
A imagem que mais me empolga é a de destruição, arruinação dos malditos que me rodeiam!
Seu sangue deverá banhar minha carne na mais fétida louvação em nome do Criador!

Sou um fantasma nesta caixa de concreto e tijolos; sou invisível aos olhos ordinários!
Um miserável, estúpido demônio entre homens e mulheres; um monstro fatigado de existir!
A sede por sangue aumenta, o rancor aumenta, a tortura aumenta, meu mundo se arruína!
Larguem-me num canto grotesco de esquecimento, às trevas, antes que minha sanidade se vá por inteira!

Estou enlouquecendo! Estou morrendo e corroendo meu interior amargurado pela vida!
Senhor da Escuridão, Senhor da Luz! Trazei-me o conforto dos deuses e lhe retribuirei com minha alma!
Realizai meus obscuros desejos às sombras, e realizarei em vosso nome quaisquer feitos,
Sejam maus, sejam crueis, sejam odiosos! Sejam ao custo de minha vida, pois a morte é minha esperança!

Construirei vosso castelo de torturas e ruína humana! Serei vosso escravo pela eternidade!
Realizai meus mais profundos desejos eróticos, minhas vinganças, meus romances e meus amores!
Retribuirei vossa piedade com o sangue dos inocentes, e os unirei ao meu em meu leito!
Mesmo ao custo de meu coração sensível, mesmo ao custo de minhas vida e morte!

Deus! Bom pastor de vossos cordeiros, dai-me vossa ajuda em busca de salvar meu coração amargurado!
Minha alma está congelando neste mar de martírio, de sofrimento próprio! Neste mundo que criei!
Por quê?! Por que criei este mundo de tortura? Por que me abriguei neste mar de ruína!?
Por que destrui meu futuro através de minhas próprias atitudes e escolhas?! POR QUÊ!”


- Boken til Lysferds. Kapittel II, del III.

«Djevels lam.»

(O Cordeiro do Diabo)

“ÓDIO! A cada dia mais natural, visível e surreal, escorrendo como sangue em minhas veias!
Rancoroso, imundo animal irracional e emocional que grosseiramente busca a verdade estrangulando a mentira!
AMARGOR! É o único sabor que meu paladar sente, a única sensação que lembro de sentir!
Odioso, solitário, amargurado, ranzinza e azedado monstro que se esconde nos bueiros de si próprio!

Em sedentas chamas um coração desgovernado de emoções queima apaixonadamente,
Incessantemente seus fluídos pútridos espalham-se na sujeira do chão!
Ventos carnívoros carregam para longe de sua carne maculada as cinzas fétidas,
Enquanto roedores devoram sua alma, famintos pela vida de um ninguém!

FRUSTRADO! Homem ignorante, acovardado, esquecido e largado à escuridão gélida, excitante...
Ansioso aguarda a morte o alcançar, o matar! Joga-se ao abismo negro das trevas!
APAGADO! Inexistente para tudo e todos que o rodeiam, apenas uma sombra vazia no chão,
Mal-amado, mal-lembrado, mal-recebido, mal-esperado, maldito, malfeito, maligno!

Nas profundezas obscuras de um oceano de lágrimas de sangue envenenado,
Protege-se do mundo sob uma rocha de imundice e sofrimento!
Seu coração bombeia pus por suas artérias, seus pulmões incham de enxofre,
Suas mãos são grandes martelos e sua voz é tão grossa quanto perversa!

MORTE! MORTE! MORTE! Cansado de uma vida inútil, frágil, vazia e rústica!
Desiste, acovarda-se, esconde-se, chora, grita, sofre, MORRE!
Nada parece suavizar sua dor incessante, nada nem ninguém para ajudá-lo!
SUICIDA-SE! Homem preenchido de destruição e vazio de vontade de viver!

Através de dimensões hiperbólicas psicodélicas sem forma nem vida...
Sua alma transitará, caminhando entre os vivos cegos e arrogantes...
Inexistente desde o começo, agora vazio e apático, insensível...
Seus olhos não mais chorarão, e seu coração não mais sangrará.

Suas mãos jamais tocarão ou sentirão novamente, e a maciez do rosto daquela que ama jamais sentirá novamente...
Amor agora é simplório, e o ódio é ordinário. A putrefação de sua carne agora é inválida; sua alma não tem mais carcaça!
Um zumbi vivendo sua tortura por sua covardia e arrogância terrestres! Alma penada de existir pelos séculos no nada!
Não há mais nada em seu corpo agora a não ser a invalidez, o vácuo, o vazio, o nada!

MALDITO! Homem que um dia amou mais uma mulher que a si mesmo, mas que não consegue mais sangrar por ela!
Frustrante amor platônico interminado, inconveniente, destruidor, que o acorrenta à sua carne acalorada!
VINGANÇA! Mulher ingrata, que pisou em seus sentimentos como uma prostituta em seu turno de trabalho!
Sua morte está predita por aquele que carrega chamas infernais nos olhos e podridão no coração!

ASSASSINO! Preenche-se novamente de uma névoa de terror, pavor e ódio! Ó, como é ótimo sentir novamente!!
Suas mãos molhadas pelo sangue dos tolos mortais; sangue que desce por sua garganta e sacia sua sede!
ESTUPRO! Sodomiza a própria existência com as armas metálicas, frias e rígidas como suas experiências de vida!!
Ser abominável cujo objetivo tornou-se destruir e arruinar tudo e todos; MATAR E DESTRUIR!!

À morte da inocência de uma criança cujos pais se surravam e cuja vida a estuprava, lágrimas de pus escorrerão pelos olhos de Deus, e o Diabo chorará mel!
Sua vida, descrita na frieza e arrogância que seus irmãos o olhavam, foi se apagando como uma vela acesa sufocada num copo de preconceito e abominação!
Escondida num canto escuro, esperançosa por um abraço que nunca recebeu; aguardando a ajuda que jamais receberá! Os olhos puros morrem na escuridão!
Na grandeza das trevas, sua alma envenenou-se enquanto os sábios poliam seus egos indecentes, até o dia que, em fúria, seus corações arrancou!”


- Boken til Lysferds. Kapittel II, del II.

«Veier og vandrende.»

(Caminhos e Andanças)

“Às vezes, durante a estrada, sob um outuno avermelhado,
O vento carrega as folhas antigas e secas das árvores para longe.
Às vezes, enquanto caminhamos, tropeçamos e caímos, nos machucamos.
Às vezes, quando levantamos, vemos que há alguém estendendo sua mão...

Às vezes mudamos de ideia e trocamos de rumo, de repente.
Às vezes pegamos um atalho que se revela mais longo ainda.
Às vezes esquecemos os porquês de estarmos caminhando,
E às vezes perdemos a noção do tempo que ainda caminharemos.

Nem sempre escolhemos o caminho que perambulamos por,
E nem sempre sequer queremos andar no mesmo.
Às vezes uma árvore morre, apodrece e cai,
E nem sempre sabemos contornar nosso caminho.

Às vezes sofremos porque alguém que amamos seguiu outro caminho,
Ou acabamos fazendo alguém sofrer porque não pudemos caminhar com ele.
Às vezes perdemos amores e amados entes que nos ensinaram a caminhar.
E nem sempre a vida nos dá uma chance de nos regenerar, e nos empurra em frente.

E as folhas voam ao sopro suave dos ventos,
Enquanto suspiramos e caminhamos, encontrando nosso destino.
E quando para cima olhar e uma estrelada noite reparar,
Lembrará de um poeta que passou em sua vida, indulgente, e diferente.”


- Boken til Lysferds. Kapittel XVI.

«Min giftig Gud, min undergang.»

(Meu Deus Envenenado, Meu Destino Malfadado)

“Uma névoa de profundos suspiros que envolve a floresta escura.
O toque gélido das almas em eterno desalento, unidas à névoa.
As vozes dos imortais servos da vontade da natureza.
Estou rodeado de ruína e destruição humana e divina!

Um escravo da vontade do mundo, servo das mãos do destino!
Filho do fogo que nunca se extingue e destrói tudo à volta!
Meus passos são as crateras que deixo para trás!
O ar que inspiro puro, mas o ar que expiro é pútrido como meu interior!

Sou um fantasma sonhando acordado num mundo de mortos sedentos,
Estático, vegetando às margens da inconsciência de mil anos.
Sou espantalho irracional no deserto das areias sem fim e sem começo,
Onde aguardo o amor que nunca tive encontrar minha alma vaga.

Sou uma árvore paciente entre milhões de outras, aguardando o chamado do machado!
E a grama ao meu redor, aos meus pés, são meus filhos e serão pisados pelo demônio da serra.
As folhas que alimentam minha existência serão extinguidas num abraço ao fogo!
Minha seiva será a sujeira a ser limpa das armas daqueles que deceparão minha copa!!

Sou um homem de indulgência, ignorância e abstinência; um soldado da vontade dos deuses!
Sou uma marionete dos iluminados homens de poder, que foram escolhidos pelo Deus Envenenado!
Matarei todos que meus grandes mestres mandarem eu matar, sem hesitação ou emoção!!
Destruirei todos os mundos que eu passar por, até minha vida eu destruir junto!!

O Deus da Destruição é meu Senhor, e nada me faltará, nada me importará, e nada me sobrará!
Ó pai nosso, que banhas-te em rios de águas envenenadas, amaldiçoas meu caminho para a destruição!
Senhor Serpentino, guiador das almas em busca de eterna salvação, envenena meu sangue com tua saliva!
Príncipe da Covardia, criador dos demônios bípedes que caminham à Terra, renegai vossa máscara de inocência!

Ó pai, criador das árvores ao meu redor e da terra a qual piso; senhor dos quatro elementos e dos mil sentimentos,
Vós sois a grandeza de todas as malevolencias, e de vós vêm todas as tristezas e sofrimentos do mundo inteiro!
Vós sois a semente de repugnância, pestilência e controle que plantam às mentes jovens e indulgentes!
Sois o caminho de mentiras que andamos por, enquanto carregamos os cadáveres de mil e uma vidas que destruimos!

A penintência é eterna à função da inexistência de perdão e razão da carne dos que servem qualquer Deus Envenenado!
Pois deus é só uma palavra a mais no dicionário, e seu significado perde-se à face dos escravos religiosos fanáticos!
Aclamo então pela liberdade; esta escravidão e servidão de orações, rezas e boas ações nada de bom me trazem em retorno!
Sois um Deus de mentiras e um Demônio de verdades, pois seu mundo não tem fundamento e sua razão é inconsistente!

Meu amado pastor de ovelhas lindas e desmioladas, que, ao comando de vosso magnânimo cajado, abaixam suas cabeças inúteis.
Meu odiado mentor de mentiras e frustrações, culpado por minha preguiça e minha abstinência perante a selvageria da vida.
Convosco aprendi a perdoar todos e nunca ser perdoado! A amar todos e nunca ser amado! A ajudar todos e nunca ser ajudado!
Vossas palavras desaparecem à névoa dos suspiros dos mortos, e seu cajado enterra-se neste chão de carbonizadas árvores!

Mataremos em vosso maravilhoso e santificado nome! E retardados iremos nos debruçar, escravizados, aos seus pés!
Pisaremos em todas as formas de vidas distintas das nossas, e destruiremos e arruinaremos tudo e todos ao seu comando!
Vossas pestilentas palavras, nosso Senhor, nós esculpiremos em mil e um livros de sangue e carne!
Vossa malévola imagem, ó Deus Envenenado, nós guardaremos em nossos pútridos e frágeis corações, e à morte no inferno queimaremos!”


- Boken til Lysferds. Kapittel II, del I.

«Kjærlighetsglass' anger.»

(A Penitência do Cristal do Amor)

“Hoje eu me pergunto se aconteceu alguma coisa, se eu perdi alguma coisa.
A cada dia que passa meu corpo parece mais vazio, porém pesado, que antes.
Quem sabe seja só mais um dia de sol no deserto arenoso, abrasivo,
Ou mais um dia de chuva nos sete mares salgados, azuis, infinitos.

Guardei meu amor numa límpida, frágil e imaculada bola de cristal,
Que a cada dia que passa, torna-se mais pesada de carregar.
Ninguém quer me ajudar a carregá-la, pois ninguém sente amor comigo.
Estou tão sozinho entre mil e uma pessoas, tão só e assustado...

À estrada de chão, tive que mudar meu rumo; tive que me distanciar dela.
Ela, que recusou compartilhar um só amor numa só bola cristalizada,
Agora caminha ao seu próprio rumo, sem mim e sem meu amor.
Eu, por minha vez, recosto-me às raízes de uma linda árvore, chorando...

Isto é penitência por minha falta de sagacidade e sobra de indulgência?
Do cristal, o amor não posso tirar. O cristal, não posso quebrar, ou não voltarei a amar.
Os insetos, os animais e as plantas estão vivendo ao meu redor, enquanto protejo meu amor,
Outros passam à estrada em cuja margem jazo imóvel, petrificado, recusado.

Pergunto-me se aconteceu algo; respondo-me uma grande mentira.
Pergunto-me se perdi algo; desvio-me para um tosco silogismo.
A bola de cristal parece pesar o equivalente a mil vidas de tristeza...
Se não for esta minha penitência, então a morte deverá ser.”


- Boken til Lysferds. Kapittel I, del XV.

«Ordas- og kjærlighetensingeniørarbeid.»

(Engenharia das Palavras e do Amor)

“De pouco a pouco, lentamente, vagarosamente…
Através de vastíssimas florestas tropicais.
Tempestuosamente, instavelmente, certamente…
Aos mares de correntezas ancestrais.

Cada dia parece tão intimamente pequeno perante a vida,
Mas cada dia precisa ter você para ser um dia completo.
Posso sentir sua presença em meu coração o tempo todo,
E cada dia é mais uma aventura desafiadora.

Às vezes as perguntas só atrapalham nosso caminho,
Enquanto que, se fôssemos indulgentes, seria mais simples.
Meu amor não é por acaso, e também não é racional;
Amor é amor, e o meu por você é completo e total.

Agora uma promessa é meu dileta e minha honra.
Minha palavra eu jamais quebrei e jamais fá-lo-ei.
Todas as minhas dúvidas se acabaram.
Todas as complexidades de simplificaram.

Um dia eu me esqueci do porquê; eu me desviei e me perdi.
Mas hoje sei perfeitamente o porquẽ das coisas.
Se não por mim, por outrem? Minha palavra é honra e dívida.
E meu amor é maior que tudo neste mundo de engenhos.”


- Boken til Lysferds. Kapittel I, del XIV.

Bare noen ord.

Já cheguei à décima-primeira parte do primeiro capítulo.
Só um passo para um mundo à frente...

Só mais um.

~Farvel.

«Fra livligheten til mortaliteten.»

(Da Vivicidade à Mortalidade)

“O sacrifício que tememos acabar por fazer,
É o ato de humanidade que iremos um dia cometer.
A vida que deixamos para trás ao nos afogarmos no rio da morte,
São os pedaços que deixamos às mãos daqueles que conhecemos.

É o apagar de um milhão de estrelas,
É o secar dos sete oceanos,
É o emudecer da voz que canta,
É o esvaziar do mundo de uma vida.

Se a morte é mais um passo para o homem ordinário,
A vida é a defasagem entre cada passo do mesmo.
Se a morte é a única certeza do homem sábio,
A vida então é a única dúvida que o habita.

A vida é o grande mistério sem fim,
Pois no fim nós descobrimos o que é a morte,
E nunca realmente entendemos o que é a vida.
Então não carregaremos nada conosco...

À ceia dos mortos um dia estaremos a comparecer,
E quando a carne estiver vazia e o coração congelado,
Só teremos a lembrança daqueles que um dia amamos,
E que a eles entregamos partes de nossos corações...”


- Boken til Lysferds. Kapittel I, del XIII.

Intet poem.

E a vida é assim;
Dia bom, dia ruim.

A cada dia que passa, sinto que estou declinado a partir.
No fundo que eu não gostaria; meu coração está agarrado a algo daqui.
Mas até mesmo ele sabe que, se não há futuro, não há nada a ser feito senão partir.

Simples assim.
Complexo fim.

~Farvel.

«Natten som klemmer forelskede hjerter.»

(A Noite que Abraça Corações Apaixonados)

“No escuro da noite mais tranquila e paciente do mundo, ao fechar meus olhos,
Posso vê-la, por mais distante que esteja, como se estivesse bem ao meu lado.
Mesmo na mais escura noite que o mundo já viu, se eu fechar meus olhos,
Posso senti-la bem ao meu lado, com seu rosto iluminado por uma luz mítica.

Protegido às sombras da noite mais escura da minha vida, meu coração bate forte,
Quando do baú das memórias eu tiro as minhas lembranças com você.
Do canto mais remoto e profundo do grande penhasco que é meu coração apaixonado,
Posso, nesta noite de sonhos e segredos, sentir meu amor incondicional por você!

Tão serena, tão quieta e imaculada, tão oculta e tão graciosa!
Tão maravilhosa é a noite, tão romântica é minha amada!
Escondida por trás de um véu de pensamentos sigilosos,
Tão doce é minha amada, tão suave é a noite!

Abraçado à noite, minhas emoções fluem com o sangue em minhas veias!
Como se eu me caísse do penhasco do meu coração, um calafrio emocionante me domina,
Nesta noite tão sentimental, sinto que o amor preenche todos os meus espaços vazios!
Não tema e gaste seus carinho e amor em mim, pois me tornei seu leal e fiel amor.

Acredite, acredite! Acredite na escuridão suave de cada noite estrelada!
Acredite na luz pálida da lua, acredite no amor e na fé, acredite em mim!
Sempre que estou ao seu lado, o mundo se apaga para tudo que não seja você,
E sempre que estou à escuridão, a noite trás para mim sua presença e coração.”


- Boken til Lysferds. Kapittel I, del XII.

Eu te amo! De verdade. :)
É um amor diferencial. Um amor integral. Um amor cujo limite é infinito.

Obrigado, do fundo do meu coração!
Como um amor como qualquer outro, o meu por você também me faz sofrer, chorar. Mas também me faz sorrir e me faz bem.

Se ficaremos juntos, isto eu não sei... Tudo depende de você.
Minha decisão está exposta. Está clara.

:3

«Til kjærligheten jeg overgir meg.»

(Ao Amor, Rendo-me)

“A cada dia que passa, é mais um dia para ponderar e me preocupar,
Imagino quem estará lá. Pergunto-me quem aparecerá.
E se pudéssemos estar a sós? E se tivermos que nos separar?
Uma vida sem inspirações e aspirações é uma vida vazia.

Desconheço o motivo que me impede de desistir de algo tão frágil assim,
Mas quem sabe seja a teimosia que não me permita fugir dela.
E não importa o quanto eu respire fundo e tente tirá-la de minha mente,
Ela continuará vívida em meus suspiros, em minhas memórias.

Ao amor eu me rendo, pois dele não posso mais fugir.
Em suas mãos entrego meu coração, pois descobri não poder guardá-lo comigo.
Meu amor pode ser ilegal ou até anormal, pode ser indesejado,
Mas ainda assim me renderei ao que sinto... pois eu te amo.

A cada dia que passa...
É mais um dia para te amar incondicionalmente...
A cada dia que passa...
É mais uma chance de ver seu sorriso, de ouvir sua voz...

Hoje é mais um dia sem você ao meu lado, hoje é um dia triste.
Chegadas e partidas deixaram de ser imporantes,
Desde que você sempre esteja ao meu lado.
Mais importante que tudo, para mim, agora é estar contigo.”


-Boken til Lysferds. Kapittel I, del XI.

«Avskyheim.»

(Lar do Ódio)

“Erguei, então, vossas palavras e maldizeres que a mim condizem!
Eu caminho sobre o pó e as cinzas das maldições proferidas...
Pois das profundezas do abismo mais sombrio é donde vem minha inspiração!
E adentro da caverna mais escura e profunda é onde pregarei seu cadáver...

A grama está morta! O chão está em putrefação! A vida se vai em vão!
Não vos mistureis à raça cuja linhagem é de emoções fortíssimas...
Pois é dela que nasce o amor e o ódio, a compaixão e o rancor!
Não ouseis argumentar as emoções esquizofrênicas...

Posso ser paciente como uma árvore,
Posso ser rancoroso como um demônio,
Posso ser bondoso como um anjo,
Posso ser vingativo, posso ser assassino!

Mostrai seu poder perante o verdadeiro rancor do homem!
Provai seu ódio com toda a fúria que guardais convosco...
Mas trazei convosco uma arma para defender-vos de minha ira...
Pois a ruína será libertada e ireis sofrer a facada!

Sangue e pedaços que um dia montaram um homem agora apodrecem sobre a terra fúnebre.
Restos mortais de vidas agora em destruídas marcam mais uma cena cadavérica da vida.
Se fui eu quem os matou ou se eu faço parte dos mortos, jamais saberei.
Pois tudo não passou de uma desilusão febril à têmpora do ódio mais macabro.”

- Boken til Lysferds. Kapittel I, del X.

«Inn i mørket, til min død.»

(À Escuridão, Até Minha Morte)

“Tão vago têm sido meus dias, tão vago quanto os olhares inexpressivos.
Rostos tão preenchidos de dúvidas e medos... mágoas e temores.
Os sorrisos são tão momentâneos, e a presença é tão desnecessária.
Minha palavra é aquela que trouxe minha própria pestilência...

As árvores estão retorcidas, sofridas a tortura da existência.
As raízes secas se erguem em maldade para derrubar aqueles que caminham.
Seus galhos secos caem sobre nossas cabeças desprotegidas.
O céu já deixou este mundo, e o crepúsculo não pode mais ser visto...

Devo continuar a caminhar; prosseguir a perambular neste caminho.
Mesmo que todas as razões para percorrer nele tenham tornado-se vãs,
Meus pés não posso deixar que parem de caminhar.
Ou então cairei nas valetas e buracos que circundam a estrada obscura.

A luz parece deixar meu caminho a cada novo dia que nasce.
Cada vez mais parece que a noite se perpetua à penumbra da existência.
A lua, também, deixou os céus e o próprio céu me deixou.
Agora, perante a escuridão, pergunto-me se o onipresente existe.

Tão vãs são as palavras... mas tão importantes são tais.
A cada dia que passa, o amor se distancia de minhas palavras.
A hora de dizer adeus está se aproximando, o tempo todo...
Enquanto minhas forças para seguir em frente acabam-se...”

- Boken til Lysferds. Kapittel I, del IX.

«Sorg og tenkere.»

(Tristeza e Pensamentos)

“Jeg gråt, for deg og din sorg. Jeg har grått fordi skulle jeg ikke være nært deg.”

- Boken til Versa.

Eu chorei, por você e sua tristeza. Eu tenho chorado porque não deveria estar perto de você.

Ainda assim, por que não?
Da mesma forma que, de repente, quis expressar tudo isto, pergunto-me por que não deveria me entregar às emoções que não posso me desfazer de.

«Overhengende avskjed.»

(Adeus Iminente)

“Pare por um segundo, então lembre-se de tudo que passamos por.
Todos os meus olhares e sorrisos, todas as minhas importunações.
Todas as minhas palavras e poesias, todas as minhas reflexões.
Lembre-se que em todas as vezes, eu quis te fazer sorrir.

Pare por um minuto, então recorde-se de que sempre quis estar por perto.
Pois, se algo ruim acontecesse, eu poderia chorar ao seu lado.
Mas, se algo bom acontecesse, eu poderia sorrir ao seu lado.
Recorde-se de sua importância em minha vida, em minha vida.

Pare por uma hora, então reviva todos os dias que fiz questão de dizer oi.
Então notará que não houve um dia em que não me preocupei, que não pensei,
Se você estaria bem, se você estaria sadia, se você estaria feliz.
A vida não é apenas felicidade, contudo, mas sim o pacote completo.

Ainda chegará o dia em que lhe direi adeus, e este dia se aproxima.
Posso sentir a falta alcançando meu coração, que se lamenta amargamente.
Estou profundamente apaixonado por ti, estou totalmente fascinado.
Todas suas características, estou totalmente encantado por.

Quero absorver o máximo possível do tempo que ainda sobra para nós,
Pois o amanhã ainda te levará para longe de mim, e então tudo será igual.
Viverei a mesma vida, viverei à sombra da velha e conhecida solidão.
Não quero te deixar, não quero sentir o frio da neve novamente...”

- Boken til Lysferds. Kapittel I, del VIII.

Por que tem que ser assim? Questionar o porquê é tão fácil, mas responder a própria pergunta é simplesmente impraticável.

«Emosjonell shizofreni.»

(Esquizofrenia Emocional)

“Do outro lado da floresta esquecida, onde mortos perdidos caminham,
Uma entrada cavernosa aguarda viajantes perdidos no tempo e espaço.
Cujo interior obscuro esconde séculos de histórias esquecidos pelo mundo,
Donde nasce uma vieira amarelada, cujos galhos contorcem-se afora.

Uma névoa de angústia paira aos redores da gruta de pesadelos,
Donde rancor emana e aonde tristeza termina seu curso pesaroso.
'Terror, temor, ódio e amor são os imortais ingredientes da vida',
Ou assim descreve-se à porta da caverna maldita e perdida.

Adentro da toca daqueles que a tudo questionam e a tudo sentem,
Um caldeirão de ferro aguarda pacientemente para ser usado.
Cuja concavidade deformada pelo uso extensivo, agora enferrujada,
Ainda retém restos de um líquido fétido, um dia criado e bebido.

As cinzas sob o caldeirão negro repentinamente pegam fogo,
Então a toca, das trevas, ilumina-se fria e densamente.
Não há ingredientes às prateleiras, mas apenas mortos,
Que entregaram seus sentimentos à mãe de todas as trevas.

Insaciado! Amaldiçoado! Perante a complexidade da existência, nada sou e nada significo!
Pelo maldito caminho da perdição vadiei, amei e odiei; e com todas as minhas forças agora rancor e paixão queimam na densidade de meu sangue em decomposição!
Em meus versos entrego a realidade esquizofrênica a qual me escondo sob!
Mas em teu abraço, este mundo frio como a neve torna-se vívido como a grama...”


- Boken til Lysferds. Kapittel I, del VII.

«Fotosyntese.»

(Fotossíntese)

“Sentimentalismo intensamente metódico,
É cujo que borbulha em minhas veias.
E o obscuro mar de estrelas gélidas,
Que paira após o crepúsculo da esperança.

Noite fria e oblíqua, dia quente e terno.
É ciúme que chamusca o sorriso esquecido,
É o fogo que amortece o coração preenchido.
Pondero se a fênix existe n'algum lugar.

Medo da incompreensão, tendo à abstinência.
Minha resolução, frustração e indulgência.
Às trevas da ignorância, escondido,
Sob um véu de perpétua incompetência.

Às copas das árvores, encosto minhas emoções cansadas.
Por tanto tempo caminhei às trilhas de mármore,
Por quanto irei ainda esperar e observar as estrelas?
Não se pode odiar o amor, e nem amar o ódio.

Então mundos passarão e estrelas cairão,
Mas em meus olhos sempre obterás perdão,
E à voz, sibilando, o carinho irremediável.
Sobreviverei da luz de seus olhos e da vividez de sua voz.”


- Boken til Lysferds. Kapittel I, del VI.

«Måneskinn gjennom blada.»

(Luar através das Folhas)

“Sob o véu do cobertor escuro nos céus,
Ergue-se a dourada esfera de sonhos.
Magia a envolve, e mundos esconde.
Mais uma noite sob seu olhar insaciável.

A espada, a fala e a donzela,
Aguardam à torre atrás da lua d'ouro.
Fantasia fundida com alegria,
Trás magia de volta às minhas palavras.

E enquanto aguardamos o dia de ir embora,
Vivemos ignorando o amanhã.
Como mais uma dia terno sob o sol,
Esquecemos que a noite trará a lua.

O luar de prata ilumina o caminho,
Entre as folhas dos galhos vívidos,
A luz refletida da lua me mostra a estrada à frente,
Onde continuarei caminhando, sem ligar para o amanhã.

Pois sob o sol nós nos queimamos,
Mas à noite nós congelamos.
Sempre caminhando estarei,
Adiante o caminho que escolhi andar por.”

- Boken til Lysferds. Kapittel I, del V.