«Uvennen maskert som hyrde.»

(O Inimigo Vestido de Pastor)

“O Cristão escondido nas sombras de sua perversão,
Carrega em suas mãos um martelo e cinco pregos.
Carrega em seu olhar um desejo viciante, venenoso.
Carrega em sua boca o gosto de sangue sujo.

Em seu peito carrega um monstro, feito de desejos e vontades!
Em seu pescoço carrega hipocrisia, cinismo, sarcasmo!
Em seus pés arrasta sua infantilidade, sua imaturidade!
Em sua cabeça veste a falta de razão, excesso de ignorância!

O Cristão que larga a cruz que carrega sobre os outros!
O Cristão que humilha, pisoteia e massacra seu próximo!
O Cristão que reza futilmente para um Deus Envenenado!
Filho de pútridos fluídos, seguidor da Religião da Hipocrisia!

De Lúcifer a luz que o cega vem, a luz que como um mosquito ele segue!
Uma criança cuja existência ao nada se compara, pois nada ele é!
Verme inútil e renegado por Belial, Leviatã e todos os demônios,
Pois tal criatura apenas por um Deus tolo será aceito!

E Deus terá um exército de fantoches e marionetes em suas mãos,
E ele brincará com seus servos como brincaria com prostitutas!
E ele fará uma pseudo-santa-guerra entre ele e Lúcifer,
E todos os demônios e fantoches morrerão na vacuidade do universo!

Arcanjo Lúcifer, ouça minha voz! Quero entender o motivo da vida!
Quanto mais vivo, menos valor dou a vocês, ó Príncipe que na escuridão nos trás a luz!
Criador Deus, ouça minha voz! Quero compreender o significado de suas vidas!
Quanto mais sobrevivo, pior é a imagem que tenho do Senhor e de seus Anjos!

Rezar não fará viver mais do que viverei, e nem orar fazer-me-á amar mais do que amo!
E nem fará com que os outros me amem e me protejam! Nem mesmo que me tolerem!
Suas palavras podem ser lindas, mas estão escondidas do mundo real no papel velho da bíblia sagrada!
Seu eco já não é mais ouvido, e sua presença agora é vã como a própria morte!

O peso em minhas costas, meu fardo, é minha obrigação carregar - exemplo dado por seu filho Jesus!
Não deverei largar minha cruz às costas de outrem, e muito menos deveria pô-la em suas!
Amar você ou ser amado por você não protegerá do mal que os outros humanos me causarão!
E nem serão os mortos salvos de sua tortura eterna com seu amor fraturado!

E o Cristão carrega em suas mãos os pregos que fizeram Jesus Cristo sangrar!
E o Cristão carrega em seu pescoço a cruz onde seu salvador foi assassinado!
E o Cristão mata seu irmão assim como matou e voltará a matar seu salvador!
E o Cristão encherá seu peito de orgulho para dizer que estará no céu quando terminar o genocídio dos seus verdadeiros irmãos de carne e sangue!

E nesta brincadeira toda, o Ancanjo da Luz será culpado do mal que brota do caixão no lugar do coração dos homens!
O coração já não existe mais, e nem seus sentimentos! Deus será gratificado por trazer a luz roubada de nossas almas!
E Lúcifer, criado por Deus e subjulgado a seus desejos, será queimado na fornalha da hipocrisia comigo e com todos os homens que sentem o mundo!
Pois nós não somos máquinas, nós criamos as máquinas! E nós sentimos o mundo e somos sentidos por eles - não somos as sombras e os vultos Cristãos!”


- Boken til Lysferds. Kapittel II, del IV.

Bare noen ord.

Devo admitir meu sumiço, mas eu já o conheço há muito tempo.
É só mais uma visita da neutralidade, da vacuidade...
Não de emoções, mas sim de vontades.

Ingen vilje til å skrive for nå.

Jeg mener... jeg skal komme tilbake igjen. Men ikke nå.

Farvel.~

«Agape.»

(Ágape)

“Justo quando queremos largar um mundo de fantasias para trás,
Quando passamos de jovens sonhadores para homens criadores,
Deparamo-nos com uma falta jamais antes sentida,
Um apelo do coração à antiga vida, uma hesitação.

Justo quando decidi partir deste lugar, para não mais voltar,
Senti em meu coração a falta que fariam todos aqueles que convivi com.
Pessoas que nunca mais ouvirei, pessoas que nunca mais verei.
Deixarei uma parte de mim, um pedaço de meu coração, neste lugar?

Gente que nunca gostei, passei a sentir compaixão e carinho por.
Gente que só conversei, passei a sentir falta da presença de.
Gente que só olhei, arrependerei-me por nunca ter falado com.
Gente que muito amei, chorarei por deixar para trás, novamente.

Justo quando achamos que estamos prontos para deixar as infantilidades para trás,
Quando cremos que vamos largar mão dos infantis e seremos todos maduros como árvores altas,
Percebemos que um mundo sem a infantilidade dos arbustos, da grama, das pessoas,
A vida se torna fria como uma pedra, sem reação ou emoção; sem graça nem desgraça.

Então deixarei meu rastro por esta trilha que caminhei por, e nela meu coração deixou um pouco de si.
Meu cajado, que me acompanhou durante anos e mais anos de árdua caminhada, deixarei neste lugar.
Pois aqueles que amo eu passei a amar mais ainda, e aqueles que desgostei passei a gostar de.
Uma jovem árvore brota em meu coração; a beleza da juventude me guiará a novas trilhas por vir!”


- Boken til Lysferds. Kapittel I, del XVIII.

«Romantiske netter.»

(Noites Românticas)

“Debaixo de uma imensidão de sonhos complexos e íntegros,
Todos brilhando orgulhosamente no véu sobre nossas cabeças!
Sobre arenosos solos instáveis de dias por vir,
Todos secos, necessitados da água que buscamos neste deserto!

Perante a simplicidade da vida, observamos a complexidade de existir.
Quando o amor que sentimos é correspondido, o mundo se torna um mar de rosas...
Perante a frieza da morte, reparemos o quão quente é a vida.
Mas quando o amor que sentimos não é correspondido, o mundo parece um labirinto de espinhos...

Sim, ao fechar meus olhos posso ver os seus me olhando!
Sim, posso sentir seu aroma a mil anos-luz de distância!
Sim, sua voz é uma orquestra completa aos meus ouvidos!
Não! Não vou me render às armadilhas e trapaças que o amor me prega!

Jamais, eu jamais e nunca mais! Jamais desperdiçarei minha vida com vergonha de amar!
E nunca mais vou me culpar por amá-la com todas as forças de meu coração!
Sempre, eu sempre e para sempre! Eternamente carregarei sua lembrança em minha vida!
E sentirei o amor que me envolve agora, em todas as noites românticas que viverei!”


- Boken til Lysferds. Kapittel I, del XVII.