«Agape.»

(Ágape)

“Justo quando queremos largar um mundo de fantasias para trás,
Quando passamos de jovens sonhadores para homens criadores,
Deparamo-nos com uma falta jamais antes sentida,
Um apelo do coração à antiga vida, uma hesitação.

Justo quando decidi partir deste lugar, para não mais voltar,
Senti em meu coração a falta que fariam todos aqueles que convivi com.
Pessoas que nunca mais ouvirei, pessoas que nunca mais verei.
Deixarei uma parte de mim, um pedaço de meu coração, neste lugar?

Gente que nunca gostei, passei a sentir compaixão e carinho por.
Gente que só conversei, passei a sentir falta da presença de.
Gente que só olhei, arrependerei-me por nunca ter falado com.
Gente que muito amei, chorarei por deixar para trás, novamente.

Justo quando achamos que estamos prontos para deixar as infantilidades para trás,
Quando cremos que vamos largar mão dos infantis e seremos todos maduros como árvores altas,
Percebemos que um mundo sem a infantilidade dos arbustos, da grama, das pessoas,
A vida se torna fria como uma pedra, sem reação ou emoção; sem graça nem desgraça.

Então deixarei meu rastro por esta trilha que caminhei por, e nela meu coração deixou um pouco de si.
Meu cajado, que me acompanhou durante anos e mais anos de árdua caminhada, deixarei neste lugar.
Pois aqueles que amo eu passei a amar mais ainda, e aqueles que desgostei passei a gostar de.
Uma jovem árvore brota em meu coração; a beleza da juventude me guiará a novas trilhas por vir!”


- Boken til Lysferds. Kapittel I, del XVIII.

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