このブログが死んだけど、ただいま。

Olá mais uma vez.

Há muitos anos atrás, este blog era preenchido de emoções que, hoje, já não importam mais nem a mim e nem aos dois, quem sabe três leitores que um dia lerem algo neste blog. A presença deste blog já não importa mais, acredito. Posso dizer que nem eu ligo muito mais para ele, mas a verdade é que não quero simplesmente desaparecer com todas as emoções que um dia rechearam este website. Por isto, não vou excluir estre blog. Se alguém se perder na internet e aparecer aqui, quem sabe esta pessoa não lerá estas poesias antigas e triviais?

A aventura não acaba aqui, é claro. Novos anos estão a vir, novas aventuras a surgir. Quem sabe um dia, eu retorne a este mundo de poesias. Quem sabe um dia. Certamente, outros blogs surgirão, mas quem garante que sobreviverão?

Até um outro dia.

(これは、このブログの終了だ)

«Djevel og mørke.»

(O Demônio e a Escuridão)

“Protegido sob véus negros translúcidos, bordados com palavras despreocupadas,
Escondo meus verdadeiros sentimentos, congelados no tempo e no espaço.
Perdido na escuridão que me cerca, agarro e escondo meu desconforto,
Minha insegurança, meu desafeto, meus medos, e preencho meu mundo de ódio.

Minhas palavras são ásperas como areia, pesadas como chumbo.
Finjo não me importar com nada, e viro a cara para todos que me passam.
O que um dia era minha maneira de fugir de tudo, agora se juntou a mim.
Tornando-se uma esquizofrenia, culminando meus pensamentos.

A luz que me banha não aquece minha pele, pois seu calor não passa através do meu outro eu.
Que só quer que o mundo seja esquecido na escuridão do cosmos.
Sou eu e não sou eu; eu criei mas não quis criar. Somos um e dois.
Fingindo ser superior ao mundo, mas no fundo não sendo absolutamente nada.

Meus sonhos intocáveis, pairam perante mim como uma névoa.
Minhas mãos não alcançam, não tocam. Meus sentimentos, barrados.
As sombras dentro de mim segurando minha alma, acorrentando-a.
Não devo continuar, não devo satisfazer meus sonhos, por estar escravizado.

Então me torno um escravo das frustrações. Meu eu sorrindo nas trevas, mas chorando.
Os véus que me rodeiam são balançados pelos ventos, tentando me tirar dali.
Por que não consigo seguir em frente? Por que não consigo me perdoar?
De repente, quero entender o mundo, quero amar o mundo. Mas meu eu não me permite.

Minhas correntes são de egoísmo, egocentrismo. Não há água ou comida aqui no escuro.
Nem amor ou amizade me alcançam aqui embaixo. Estou preso a mim mesmo.
Impedido de criar, de manipular, de aprender ou melhorar, minhas palavras ecoam nas sombras,
Dizendo que o mundo é uma encheção de saco, que o mundo não vale a pena.

O mundo, prestes a desabar, sentirá minha solidão?
A vida, prestes a acabar, entenderá meu sofrimento?
Serei perdoado por ter acorrentado a mim mesmo?
Não há outra forma de fugir desta prisão psicológica, criada por mim mesmo?

Meu outro eu, nascido nas trevas, apenas me observa. Será que ele quer me destruir?
Se ele me destruir, ele também sumirá. E nós dois seremos apenas parte do passado.
Talvez ele odeie ter existido. Talvez ele me odeie por tê-lo criado. Ou talvez o contrário?
Meu eu preguiçoso, arrogante, presunçoso, estúpido, rancoroso, egoísta.

Tremendo no frio da escuridão, ele me acorrenta, e age em meu lugar.
Eu não quero viver uma vida na escuridão, mas tampouco tenho coragem de lutar.
Como lutar contra o demônio em minha mente? Como voltar a ser quem eu era?
Como trazer a luz ao meu coração? Como vencer a escuridão?

Os dias passam silenciosamente, a escuridão tentando me consumir.
Sobre minha cabeça, a última esperança. As correntes firmemente me segurando.
Dentre mil e um sonhos a realizar, por qual deles devo optar?
Minha escuridão me olha com obsessão, sussurrando em meus ouvidos.”


“Realizai um, realizai mil. Realizai vossos mil e um sonhos. Eu serei vosso oponente, obstruindo vosso caminho, impedindo vossa passagem. Se me vencerdes, libertar-vos-ei de vossa escravidão, e salvar-vos-ei da escuridão.”


- Boka til Draumane. Kapitel I, del III.

«Ein forbode kjærleiks draum.»

(Um Sonho do Amor Proibido)

“A um passo por vez, escalo as montanhas que a Deus erguem-se.
A um suspiro por vez, aperto meu punho contra meu peito.
A uma lágrima por vez, umedeço a terra sobre a qual piso.
A um dia por vez, vivo minha vida às sombras deste sonho.

A uma noite por vez, sonho com este mundo que procuro tanto.
A um minuto por vez, procuro responder as perguntas que encontro.
A uma resposta por vez, descubro que as perguntas se multiplicam.
A uma esperaça por vez, meu coração se perde nesta escuridão.

Meus sonhos são sonhos inconquistáveis, inalcançáveis.
Eu sonho em amar, sonho em ajudar, sonho em salvar.
Os sonhos que tenho, são os sonhos insonháveis.
Meus sonhos são meras blefes num mundo que não as contém.

As montanhas que os pés de Deus alcançam, são as montanhas inescaláveis.
A cada metro que se sobre, é mais um metro que caio.
E junto comigo, cai meu coração, na fenda escura do Diabo.
A luz cega meus olhos, e a escuridão cega meu coração.

Instigado por meu ego, tento alcançar Deus,
Enquanto meu coração é alcançado pelo Diabo.
A inveja e o egoísmo me carregam para perto da luz,
Que me queima, cega-me, e derruba-me.

A frustração e a melancolia derrubam meu coração nas trevas.
Tocado, abraçado e envolvido pelos dedos frios da escuridão,
Meu coração torna-se vazio como a própria fenda sombria,
E minhas emoções fertilizam a inveja e o egoísmo.

Minhas mãos em carne viva não conseguem mais escalar,
Meus olhos sangram à visão da luz que não deve ser vista.
Eu choro, e a cada lágrima, eu me aproximo mais do chão.
Meu corpo despenca, e as lágrimas ficam no ar.

Ao tocar veementemente o solo seco, sinto meu corpo frio,
Estou morto, rígido e gélido como um cadáver.
A luz que tanto me cegava deixou meus olhos,
E em seu lugar só há escuridão, massante e fria.

Tudo é frio, tudo é gelado. Tudo é sombrio e escuro.
Meus membros não se movem, estão duros e imobilizados.
Meu coração, porém, nunca retornou da fenda escura.
E lá permaneci, putrefazendo-me, sem visão ou coração.

Eu senti minha carne ser arrancada por animais selvagens,
Senti meus olhos serem arrancados por abutres.
Senti as formigas entrando em meu corpo, roubando porções pequenas.
Senti a dor da decomposição, como se eu estivesse vivo.

Eu ouvi as risadas daquele que me manteve vivo.
Ouvi o choro daqueles que estavam vivos, e que me amavam.
Ouvi as blasfêmeas daqueles que viviam, e que me odiavam.
Ouvi ele me dizer, em meu ouvido, minha punição.

Suas mãos abraçaram minha cabeça, gélidas como a morte.
Eram mãos mais frias que meu cadáver.
Eram mãos que viriam para me arrancar a vida.
Eram mãos que vieram devorar minha esperança.

Com sua voz rasgada e ríspida, ele me contou.
Punição por sonhar o que não era para ser sonhado.
Punição por amar o que não era para ser amado.
Punição por desafiar Deus e o Diabo para realizar o inrealizável.

Eu não podia falar, pois minha língua havia sido devorada.
Nem ver, pois meus olhos cegos também haviam sido devorados.
Não podia me mover, pois meu corpo estava morto.
Tudo que eu podia fazer era sentir a dor da morte.

Eu senti a solidão das eras passando perante mim.
Senti a melancolia de guardar minha dor para mim.
Senti a impaciência eras de punição.
Senti o desespero que só os punidos sentem.

Deveras, a desesperança era tudo que me restara.
A esperança havia sido comida pelas mãos frias da morte.
Mas a morte não comeu meu amor, nem minhas memórias.
Para que eu lembrasse eternamente das pessoas queridas, e sofresse.

Meu coração jazia às mãos daquele que permanecia eternamente na escuridão.
Havia horas em que ele apertava meu coração, enchendo-me de dor.
Outrora, ele soprava nele, congelando-me.
Até que um dia, a punição acabou.

A punição acabou, porque tudo um dia tem que acabar.
Do mesmo modo que minha vida acabou, meu amor também.
As pessoas, que um dia foram-me queridas, deixaram de ser.
Através das eras, meu coração tornou-se frio como aquelas mãos.

Chegou um dia que não havia mais restos de meu cadáver, e a dor parou.
Aquela que eu amei nunca existiu, e este amor acabou.
A esperança de encontrá-la acabou logo antes.
A vida que restava em meu coração, por fim, cessou.

Então eu abri meus novos olhos, e vi a escuridão.
Olhei para meu novo corpo, e vi a escuridão.
Falei para o nada, e ouvi a voz ríspida e gélida.
Dentro do meu corpo de trevas, senti meu coração congelado bater.

Então, descobri que sentia novamente.
Senti desespero, senti raiva, senti ódio, senti medo, senti solidão.
Apenas meus gritos ecoavam neste mundo de trevas profundas.
Meus berros de ódio, raiva, e dor profundas.

Lentamente, as lembranças de minha vida voltavam.
E, lentamente, elas eram substituídas pela escuridão.
O desespero dominava minha mente, e o medo o meu coração.
Àquele ritmo, eu lembraria de quem amei, e então esqueceria.

Mas o último nunca aconteceu, para minha desesperança.
Eu lembrei. Vomitei sombras, e gritei na escuridão.
Meu sonho, meu sonho proibido e inrealizável.
Eu lembrei do meu sonho. Um sonho que nunca realizaria.

Deus me deixou, pois ele eu traí.
Escalei para alcançá-lo, matá-lo e tomar seu lugar.
O Diabo me deixou, pois ele já tinha o que precisava de mim.
Ele roubou meu coração e me jogou em sua escuridão.

Exasperado, desesperado, descontrolado, e furioso,
Tentei infligir dor em minha carne, quando lembrei que não tinha carne.
Aquele corpo nascido nas trevas era feito de sombras.
Eu não era nem um ser vivo, era só a sombra de um.

Eu era um ser maculado, em tortura perpétua.
Eu quis chorar, mas não podia. Eu quis cantar, mas não podia.
Eu quis falar, mas tudo que saía era um som gutural.
Eu quis morrer, mas para isto, outrem teria que me substituir.

Alguém sempre acaba nas sombras, alguém sempre tem que acabar assim.
Porque o mundo não pode ser perfeito, ou senão a perfeição não existiria.
O amor que busquei era perfeito, por isto nunca existiu.
E, em minha rebeldia, vim parar na escuridão.

Aqui, Deus nada vê. Aqui, o Diabo ignora.
Pois aqui não há nada, senão as trevas.
As trevas que permanecem estáticas para todo o sempre.
As trevas que permanecem frias por toda a eternidade.

Aqueles que acabam aqui, nesta escuridão, finalmente notam.
Que nada lhes faltou. Tudo que realmente precisavam, já tinham.
Aqueles que terminam aqui, nas travas eternas, então veem.
Que seus corações eram egoístas, mesquinhos e arrogantes.

Então eles nunca poderiam ser felizes.
Nem se tivessem tudo, nem se tivesse nada.
São corações que já eram sombrios antes de congelarem.
Então eu finalmente percebi, finalmente compreendi.

Eu sempre estive aqui. Sempre estive envolto desta escuridão.
Sempre tive um coração frio. Sempre disse palavras ríspidas e frias.
Sempre senti solidão, pois era superior demais para estar com os outros.
Sempre estive morto, pois nunca vivi a vida que ganhei.

Então, num acesso de compreensão, pedi perdão.
Envolvido nas trevas, chorei lágrimas que não sabia que tinha.
Abraçado pelas sombras, pedi perdão com uma voz suave que não sabia que tinha.
Eu não esperava ter meus sonhos realizados. Nem esperava viver de novo.

Só quis ser perdoado por minha tolice.
Então, uma luz quente brilhou, e iluminou os olhos que esqueci que tinha.
Meu coração foi aquecido, minha alma foi perdoada.
E por aquela luz, eu me deixei levar, para um mundo de luz.”


- Boken til Draumane. Kapittel I, del II.

O Anjo.

“Eu te amo.”

Passei minha vida inteira sonhando em ouvir isto,
Mas nunca entendi seu profundo significado.
Tampouco tive a oportunidade de dizer.
Nem mesmo tive a honra de sentir.

Sob as estrelas do céu, eu me escondi.
Sobre a grama verde eu me camuflei.
Na beleza de um mundo imaginário,
Eu afundei e me afoguei.

Agora o passado está desbotado,
Passou a ter uma coloração sépia.
Todas as palavras são impronunciáveis,
E todo o calor é frio como um cubo de gelo.

Na carência e imaturidade abundante,
Engoli em seco e segurei com força as beiradas.
Mas não havia como, e impossível era.
Não havia como sustentar um amor que não existia.

As palavras foram esquecidas e as emoções cessaram,
Hoje só me restou este quarto escuro e solitário.
Nele, deixo minha infantilidade e meus sonhos.
Nele, esqueço meu futuro e meu passado.

Se amado tivesse sido, o amor não morreria.
Se amado eu tivesse, meu amor não perderia.
Agora eu sinto como se nunca tivesse ouvido,
As palavras que quero ouvir e proferir.

Nem um poema e nem mil poemas jamais expressarão,
A profundidade e a maravilha que significa esta expressão.
Amor é amar, amar é amoroso, e amoroso é viver.
No silêncio do meu quarto, eu não ouço nenhuma voz.

Eu não sinto nenhum calor, tampouco seu amor!
Eu não tenho com quem estar, tampouco por quem lutar!
Eu não tenho ambições, tampouco aspirações!
Só um monte de sonhos de criança, meus queridos sonhos.

Deixei de reparar no céu de dia, ou nas estrelas à noite.
Não sei se está chovendo, nem se está um lindo dia.
Minhas cortinas estão fechadas para este mundo,
Meu coração está sofrendo, aguardando em silêncio.

Aprendi que apaixonar-se não é amar, e muito menos é ser amado.
Aprendi que não é qualquer mulher que me amará.
E serão ainda menos as que me suportarão.
Aprendi que não vale a pena ser impaciente, mesmo que machuque.

Aprendi que no silêncio da noite, na mudez da escuridão,
Eu escrevo poemas para provar minha existência.
Aprendi que mesmo que me escapem lágrimas,
No escuro ninguém as verá, e um segredo meu será.

Aprendi que muitas pessoas podem amar que eu faço,
Mas poucas verão utilidade nos meus sonhos.
Descobri que o amor só vale a pena no momento certo,
Com a pessoa certa.

Aprendi que só vale se você for aceito como é,
Sem nenhuma mentira e nenhum segredo.
E que se deve dizer as palavras mágicas,
Não o tempo todo, mas nos momentos certos.

Entendi que a vida só vale a pena se você faz o que gosta,
Independentemente se as outras pessoas gostam.
Reparei que ser pobre de aquisições vale a pena,
Se você for rico de emoções em seu coração.

Testemunhei que há dias em que tudo dá errado,
E o mundo parece querer derrubar você.
Estes dias, porém, são os trunfos da vida.
Pois você pode escolher cair, ou se levantar.

Descobri também que se você causar problemas,
Seja por descuido ou seja por desatenção,
Você será tratado como se tivesse feito por maldade.
E que não há outra forma de encarar isto.

Lentamente aprendi que viver depende da forma de ver o mundo,
E que diferentes pessoas veem diferentes mundos.
Também, que diferentes pessoas têm métodos diferentes,
De encarar os obstáculos, quase vis, da vida.

Compreendi que a morte é tão bela quanto a vida,
E que perder quem e o que amamos é o pior que pode ocorrer.
Aprendi a desvalorizar o dinheiro,
E a vê-lo apenas como papel usado para trocas.

Aprendi que nada sei e nada saberei,
Mesmo em meu leito de morte.
E aceitei que continuarei a escrever meus sentimentos,
Mesmo que ao custo do meu futuro, pois este é meu mundo.


- Boken til Draumane. Kapittel I, del I.

«Irisblomst.»

(Flor de Íris)

“Mais uma noite fria, neste mundinho de mentiras,
Nos braços de uma antiga canção de ninar.
Mais uma vez as memórias aparecem do fundo,
Do canto mais escuro do meu coração.

Olhe para mim agora, olhe em meus olhos!
As mentiras foram desfeitas, e a verdade triunfou.
Agarre com força a única chance de viver!
As mentiras me derrubaram, mas as verdades me levantaram!

Meu mundo é uma grande mentira! Uma tola mentira.
Feita de pequenas verdades! Verdades importantes.
Em meu coração só há espaço para sonhos e ilusões!
Meu coração é verdadeiro, meu coração vive de mentiras.

Ouça esta melodia uma última vez! Ouça minha voz...
Pois eu nunca quis fazer parte deste mundo singelo, nunca pedi por isto!
Mas desejo, do fundo do meu coração, ser seu namorado!
Ser amado, ser lembrado, ser livre, ser apaixonado!”


- Boken til Lysferds. Kapittel I, del XXI.